Defontes
Marcelo Fernandes, Chief Administrative Officer da Defontes, e Jorge Macedo Designer da nova marca Hatt, lançada recentemente, falam-nos do novo percurso no que diz respeito à produção de mobiliário e do conceito da Hatt.
Com um forte conhecimento na produção de mobiliário por medida e com uma compreensão clara do design moderno, de que forma a Defontes se apresenta no mercado?
A Defontes começou como um negócio familiar numa pequena oficina no início dos anos 70. Nos últimos anos, motivada pelas exportações e inúmeras colaborações com designers de interiores, arquitectos e marcas nacionais e internacionais, temos actuado como parceiro de confiança quando os nossos clientes procuram técnicas de produção excepcionais, bem como conhecimento de produção de móveis, que vem de mais de 40 anos de experiência, aliado à compreensão clara do design moderno. Enquanto a maquinaria moderna foi sendo atualizada com o objetivo da massificação da produção de mobiliário, esforçamo-nos para manter algumas das técnicas tradicionais de marcenaria. O desempenho da empresa é caracterizado pela sua competitividade através da versatilidade, da abordagem criativa ao design e da dedicação meticulosa aos clientes. Com estas interações e visão do mercado percebemos que poderíamos ter algo mais a acrescentar no setor.
Lançaram recentemente nova marca de mobiliário com características voltadas para o mercado externo, em específico para a Europa Central e EUA. Fale-nos um pouco mais sobre este projeto.
Decidimos juntar o design moderno à mestria da produção e da marcenaria. A Hatt nasce desta necessidade de querermos levar o design moderno através da arte do “saber fazer”, adaptada à realidade de procura de um conceito em constante evolução. Queremos produzir localmente e, por isso mesmo, estamos a trabalhar com vários parceiros locais no sentido de cooperar com as pequenas empresas e indústrias. Queremos levar o mercado local ao mercado global. Com uma forte responsabilidade ecológica, a Hatt segue uma tendência sustentável. Recorremos, por exemplo, a madeiras de origem certificada, sempre que possível utilizamos óleos ecológicos, acabamentos à base de água, peles sintéticas de origem reciclada, tecidos reciclados e recicláveis, etc.
Interessa-nos que o nosso produto seja duradouro, no sentido em que queremos que os clientes criem um relação com as peças tornando-as numa referência transgeracional. Trata-se de um conceito racional inspirado no design contemporâneo, mas realçando a marcenaria portuguesa. A globalização democratizou o produto e o design, transpondo também essa referência nas nossas peças e, sabendo que, existe um crescimento na procura da personalização, permitimos que o utilizador tenha ao seu dispor certas opções de customização.
Como definiriam estas duas marcas?
A Defontes é uma empresa que partilha de uma estratégia alargada de atuação, tanto ao nível da produção como de gestão de projeto. Debruçamo-nos sobre uma experiência multisensorial do design combinando materiais e técnicas, sendo capazes de desenvolver desde edições limitadas até uma nova coleção completa para Marcas e Designers de interiores. A Hatt assenta sobre uma linguagem própria que procura partilhar a nossa visão do design em que a função dá origem a uma pureza atrativa.
Qual é o conceito da Hatt?
Hatt é uma atitude! Procura novas formas de living, desafiando os utilizadores e as suas necessidades. Exploramos as formas que nos são familiares em produtos que se fundem no espaço, desenvolvendo soluções que vão além do comum, através de um design evolutivo, intemporal e autêntico. Os nossos produtos revelam-se na sua versatilidade numa era tecnológica e na experiência que estabelece com o utilizador, num processo contínuo de descoberta.
A funcionalidade, o movimento e os materiais são a linguagem que escolhemos para alcançar uma nova dinâmica. As diferentes interações do dia-a-dia têm os contornos cada vez mais esbatidos, por vezes sobrepondose… Hatt acredita que, aceitando esta nova construção social e cultural, a tecnologia, o lazer, o trabalho e o conforto impulsionam um movimento que desenvolve produtos autênticos, reformulando a intervenção do design.