Vale & Filhos: Entrevista

Vale & Filhos: Entrevista

Vale & Filhos: EntrevistaCarlos Vale & Rui Vale – Prémio Mobis 2019

Com o objetivo principal de ocupar no mercado regional um espaço próprio, na área do fabrico de mobiliário de cozinha, nasce em agosto de 1987 a «Vale & Filhos – Indústria e Comércio de Móveis, Lda.», sociedade por quotas, distribuídas pelo fundador Celso Vale e por dois dos seus cinco filhos, José Carlos e Rui Manuel.

Do projeto para a sua casa, cozinhas que serão palco de partilhas e momentos felizes, não descurando a funcionalidade e as necessidades particulares, são a essência do know-how e da notoriedade conseguidos nestes 36 anos da Vale & Filhos no mercado.

Acompanhe a entrevista neste artigo.

Vale & Filhos: EntrevistaCelso Vale – Fundador Vale & Filhos

Já com mais de 35 anos no mercado, como é que nasceu a Vale & Filhos?
Com o objetivo principal de ocupar no mercado regional um espaço próprio, na área do fabrico de mobiliário de cozinha, nasce em agosto de 1987 a «Vale & Filhos – Indústria e Comércio de Móveis, Lda.», sociedade por quotas, distribuídas pelo fundador (Sr. Celso Vale) e por dois dos seus cinco filhos, José Carlos e Rui Manuel.
Contudo, há um percurso anterior a este, desde 1983, em que, o fundador (Sr. Celso Vale), com alguns anos de experiência na área do mobiliário, decide desenvolver mais esta atividade e forma o seu próprio negócio, na altura, denominado «Cozinhas Vale».

Como é que surge a marca NOTCH e o que a caracteriza?
A marca registada NOTCH® nasce, por um lado, pela necessidade de dar identidade aos produtos concebidos e comercializados pela empresa «Vale & Filhos, Lda.» e, por outro lado, era algo que tinha de acontecer para caracterizar o nosso “ADN” e para nos afirmarmos no mercado da revenda, ao lado de outras marcas já existentes, principalmente internacionais.
Daí para a frente, os nossos parceiros, ou melhor, quem comercializasse os nossos produtos, estaria sempre a fazê-lo sob a identidade da marca.
O nome em si mesmo (NOTCH), significa entalhe, pequeno corte em forma de V na margem de qualquer coisa; é um encaixe, uma fenda. Ao mesmo tempo, significa desfiladeiro e vale, corelacionado aqui ao nome familiar «Vale».
A NOTCH®, enquanto marca, assenta nalgumas premissas, isto é, na vertente mais racional/prática, é um nome curto, de fácil pronúncia, impactante, abrangente, internacional e legível para registo. Já quanto ao lado emocional/afetivo, a marca NOTCH® honra as origens, a história, o legado e enaltece o “saber fazer”, assente no Know-How de mais de 35 anos de trabalho.

Ano após ano, a NOTCH tem vindo a ser distinguida como “ PME Líder”,  qual o impacto desta distinção para a marca?
Sim, de facto, desde há alguns anos a esta parte, a empresa Vale & Filhos tem tido o reconhecimento do IAPMEI, através da atribuição do estatuto de “PME Líder”, sendo que, desde 2018, passamos a ser galardoados com o estatuto de “PME Excelência”, pelo desempenho superior de vários indicadores económico/financeiros que a empresa tem apresentado às instâncias oficiais e ao mercado. Ora, este “selo de reputação”, permite que a empresa se relacione com todos os Stakeholders numa base de confiança, credibilidade e solidez. É evidente que, este estatuto, associado ao facto de sermos uma empresa certificada pela norma NP EN ISO 9001:2015, é particularmente relevante para a marca NOTCH®, agregando-lhe mais notoriedade, tornando-a também mais responsável.

Qual é a importância dos agentes autorizados no crescimento da Notch?
Esta questão é particularmente relevante, até porque, marca, se quisermos, um antes e um depois, após a definição de uma estratégia pensada para trabalhar com os designados agentes autorizados, aos quais chamamos “Parceiros NOTCH®”. Desde o seu início, a empresa desenvolveu toda a sua atividade comercial através da relação direta com o mercado, entenda-se, com o consumidor final e/ou com as empresas de construção, que nos compravam cozinhas. Quando em 2006 iniciámos a construção de uma nova unidade fabril, com máquinas mais sofisticadas, com tecnologia (CAD/CNC) e com recursos humanos mais qualificados, ficou claro que, sob o ponto de vista produtivo, teríamos mais e melhores condições para poder, comercialmente, darmos passos mais largos. Daí que, em 2009, redefinimos toda a nossa estratégia comercial, com consequências muito positivas e com impacto significativo no processo evolutivo da empresa. A este propósito, definimos regras de comercialização para o distrito de Viseu, onde, através do nosso showroom, temos uma ligação direta com o mercado regional. No âmbito nacional (continente e ilhas), procurámos estabelecer parcerias com empresas especialistas na nossa área de negócio e que precisavam de uma empresa/marca credível e que fosse um referencial de qualidade, rigor e serviço sendo que, enquanto especialista na produção de mobiliário de cozinha, roupeiros e banhos, pudesse ser uma mais-valia e uma solução confiável, coerente e consistente no mercado. Hoje, modéstia à parte, somos a empresa portuguesa com a maior rede nacional de agentes autorizados (Parceiros NOTCH®) que, nas várias regiões, comercializam o nosso produto e promovem a nossa marca NOTCH®.

A exportação foi algo em que apostaram, quais são os objetivos no que toca a este ponto?
É importante termos sempre presente que, a exportação, permite-nos nivelar as flutuações sazonais das vendas, compensando a flutuação da produção, isto é, os períodos mais baixos de atividade comercial no mercado nacional, não são igualmente baixos no circuito internacional e vice-versa.
Por outro lado, e porque mercados diferentes, requerem e absorvem produtos diferentes, há sempre a possibilidade de explorar a venda de outras tipologias de modelos e produtos NOTCH® que, porventura, sejam menos procurados internamente.
A internacionalização de uma organização, não deve ser tratada como um único mercado. Uma empresa que pretenda expandir internacionalmente o seu negócio, deve efetuar uma avaliação prévia do mercado externo que pretende, com o intuito de perspetivar quais as melhores opções de expansão e, posteriormente, definir uma estratégia de entrada clara que permita ultrapassar os futuros desafios emergentes.
Devem ser analisadas as vantagens competitivas e o impacto potencial da internacionalização na estratégia interna bem como, uma avaliação de benefícios e riscos inerentes à exteriorização do negócio. Cada mercado é um mercado e por isso é fundamental ter a capacidade de entender as realidades, as línguas e culturas dos vários países, as suas necessidades e especificidades bem como ter claro o conhecimento das legislações.
De uma forma muito sucinta, é importante dizer que, antes de avançar para um qualquer processo de exportação direto e regular, as empresas devem reunir condições de viabilidade estratégica, económica, financeira e técnica que lhe permitam a expansão dos negócios com sucesso no exterior.
Ora, com esta perspetiva, continuamos com o desejo de continuar a crescer no mercado externo, principalmente no mercado francês (zona sudeste) onde, já temos presença. Tentaremos explorar outros canais, que nos mereçam credibilidade e onde possamos observar, possibilidade de expansão. Por nossa iniciativa, e em mercados que já conhecemos do passado (Luxemburgo, Suíça e França), iremos fazer novas abordagens de contato junto de empresas que comercializem cozinhas, roupeiros e/ou banhos.

Vale & Filhos: EntrevistaGerência Vale & Filhos

De olhos postos no futuro, qual é o caminho da Notch?
Hoje, a prática da gestão enfrenta um mundo incerto, turbulento e complexo, onde a previsibilidade apenas é controlada parcialmente. É preciso dar respostas rápidas aos desafios que se colocam às empresas e isso só se consegue quando, todos os membros organizacionais e em especial os gestores e/ou diretores, assumirem uma postura atenta e dinâmica, no sentido de identificarem as oportunidades que o meio envolvente lhes oferece, bem como as ameaças que dele podem advir.
Repare-se que, nestes tempos desafiantes, todos nós percebemos a exigência constante de mudança e adaptação a uma realidade tão dinâmica que, muitas vezes, é disruptiva e nos desperta o sentimento de que algumas coisas que resultaram no passado, já não resultam tão bem agora, sendo necessário mudá-las. A gestão empresarial passou a ter de considerar várias variáveis de dimensão e alcance atípicas, com repercussões nas contas empresarias.
Importa ter claro que, antes de se atingir um qualquer objetivo, precisamos de saber exatamente o que queremos alcançar e até onde queremos chegar. Quando uma empresa não tem objetivos definidos, muito provavelmente não chegará a lugar nenhum. Por isso é que, possuir uma estratégia, é ter um compromisso com o futuro que desejamos, mesmo que seja um futuro incerto e mais difícil.
Daí, a importância da elaboração de um plano estratégico de trabalho que, sendo importante para grandes empresas, é ainda mais indispensável para as chamadas PME’S, como é o caso da nossa. Planear, torna-se essencial à sobrevivência da organização no longo prazo.
Disto isto, devemos continuar a incrementar o envolvimento de todas as pessoas no nosso sistema organizativo, melhorando as relações internas entre os colaboradores e as relações externas que mantemos com todos os nossos parceiros, sejam eles clientes, fornecedores ou demais entidades.
Devemos continuar a promover o trabalho de equipa, o desenvolvimento de novas competências e a partilha de conhecimentos em todas as tarefas executadas, principalmente em ambiente produtivo. É indispensável continuar a fazer bem as coisas, isto é, sermos eficientes e em simultâneo, fazer as coisas certas, ou seja, sermos eficazes. Muitas vezes, para fazermos bem as coisas, esquecemo-nos de averiguar se estamos a fazer as coisas certas. É muito importante para a nossa organização, criar um compromisso entre eficiência e eficácia. Só assim conseguiremos rentabilidade operacional e retirar os proveitos necessários ao contínuo desenvolvimento da empresa.
Devemos olhar para a tecnologia como um “parceiro” de trabalho e por isso, torna-se crucial, generalizar e maximizar o uso dos vários softwares que temos ao nosso dispor, quer na preparação, no planeamento ou no acompanhamento do processo produtivo, quer na obtenção de informação fidedigna que nos permita, acompanhar mais de perto o processo industrial. O investimento que temos feito em novas máquinas, que nos permitiu reforçar e melhorar capacidade produtiva instalada, dá-nos a oportunidade de avançarmos comercialmente para a procura de novos clientes, por termos capacidade de resposta mais eficiente e eficaz.
Devemos todos, na nossa empresa, ter a ambição de nos apresentarmos ao mercado como sendo uma empresa sólida, certificada, confiável e líder, na inovação, na qualidade, na prestação de serviços, na atitude e no compromisso com todos e com a excelência.
Para terminar, gostaríamos de fazer três sublinhados, a saber:

  • Todas as empresas de topo, têm em comum o facto de valorizarem as pessoas que nela trabalham. Por isso, não existem empresas de sucesso com pessoas insatisfeitas.
  • Muitas vezes, a maioria dos problemas, não estão associados a crises, aos mercados, aos concorrentes ou à inexistência de clientes, mas sim, no facto de uma empresa ter um modelo de negócio errado, ou seja, focado no produto, quando o mercado exige foco no cliente.
  • O fundamental é entender que, hoje, o relacionamento com o cliente é contínuo e que a relação não acaba na compra e/ou venda. Esta continuidade é a garantia de negócios futuros. Se o fornecedor aparecer ao cliente só na altura da compra, o sucesso, muito provavelmente, será reduzido.

Para concluir, resta-nos agradecer à revista Mobiliário em Notícia a oportunidade que nos deu para nos podermos dar a conhecer um pouco mais.
Sem esquecimento, enviamos um cumprimento com grande apreço e consideração ao Exmo. Emídio Brandão, pessoa incansável e cujo trabalho tem dado grande visibilidade ao setor do mobiliário e ao que de melhor se faz no nosso país.

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