Os números do setor das Madeiras

A retração do consumo mundial teve efeitos em quase todos os subsetores, com exceção do mobiliário, que cresceu 1%. Centro Pinus aponta a resiliência perante reajuste do mercado.

Os números do setor das Madeiras

As exportações da fileira de pinho caíram 8% em 2023 para 2,5 mil milhões de euros. Representa uma perda de 220 milhões de euros, comparativamente ao ano anterior, mas constitui, mesmo assim, o segundo melhor ano de vendas ao exterior. O presidente do Centro Pinus, João Gonçalves, fala num reajustamento do mercado, após o boom de consumo em 2022, no pós-pandemia e que se deverá manter em 2024.
“Tudo o que se vende vai numa caixa ou numa palete. Estamos dependentes da atividade económica e do consumo de bens. Enquanto não elevarmos o número de transações não são necessárias mais embalagens”, diz João Gonçalves, lembrando que a quebra do investimento na construção, seja nova seja de reabilitação, também não ajudou.
Assim, em 2023, as exportações da fileira de pinho representaram 3,2% das exportações nacionais de bens – que caíram 1,1% para 77,6 mil milhões de euros – e 38% das exportações das indústrias da fileira florestal, que se ficaram pelos 6,4 mil milhões de euros, menos 11% do que em 2022.
Composta por quase 8400 empresas, responsáveis por mais de 58 mil empregos, a fileira de pinho registou um volume de negócios de 5,1 mil milhões de euros e um valor acrescentado bruto de 1,4 mil milhões de euros. Estes são números de 2022, já que ainda não existem os valores atualizados de 2023.
Pellets, resinosos, painéis, papel e embalagem, madeira e mobiliário são os seis subsetores que formam esta fileira, tendo todos eles registado quebras nas vendas internacionais no ano passado, com exceção do mobiliário, que conseguiu aumentar as suas exportações em 1%, para 946 milhões de euros. O papel e embalagem foi o subsetor com maior quebra relativa, de 21% para 463 milhões exportados, seguindo-se os produtos resinosos, com quebra de 16% para 168 milhões de euros, e a indústria de painéis, que recuou 15%, para 287 milhões de euros.
O segmento dos pellets caiu 14% e exportou apenas 92 milhões de euros e o subsetor das madeiras recuou 3% para 511 milhões de euros.
Em termos absolutos, o papel e embalagem exportou menos 121 milhões de euros, os painéis menos 50 milhões e os produtos resinosos perderam 32 milhões. As exportações de pellets foram inferiores em 15,5 milhões de euros do que em 2022 e as vendas de madeira ao exterior geraram menos 14 milhões de euros do que no ano anterior.
Já o mobiliário de pinho ganhou 12,3 milhões de euros a mais nos mercados internacionais.

 

Fonte: Rubrica de Economia Dinheiro Vivo, 04 março 2023