Ritz Four Seasons Hotel Lisboa (Ed. 148)

 

Ritz Four Seasons Hotel Lisboa (Ed. 148)

A renovação do Ritz Four Seasons Hotel Lisboa, pela dupla de arquitetos Oitoemponto, Artur Miranda e Jacques Bec, representa um compromisso perfeito entre modernidade e decoração luxuosa, prestando homenagem a 60 anos de história. Incorporando um compromisso perfeito entre a modernidade e o luxo decorativo, alimentado pelo estilo Art Déco e Luís XVI, Henri Samuel deu ao Ritz de Lisboa uma identidade única e de grande força visual. Lucien Donnat, um decorador francês residente em Portugal, fez parte da sua equipa neste projeto.

Ritz Four Seasons Hotel Lisboa (Ed. 148)

As décadas de 1980 e 1990 não foram uma boa época para este testemunho estilístico, mas ainda havia o suficiente espírito para reavivar. Foi isso que Artur Miranda e Jacques Bec se propuseram fazer. A dupla não pretendeu impor a sua assinatura e pelo contrário, afirma: “Agimos com enorme respeito e carinho, como quem devolve a elegância original de uma velha senhora.Tentámos modificar o mínimo possível a magnificência original de algumas das casas de banho.

Ritz Four Seasons Hotel Lisboa (Ed. 148)

Os seus lavatórios gigantescos, encomendados nos Estados Unidos, sãoextraordinários, amplos e elegantes, e os mármores são os mais belos de Portugal porque o pai de Pardal Monteiro era marmorista. Só intervimos nos chuveiros para os aumentar.” Para os quartos, o mobiliário de época foi redesenhado, às vezes com novas proporções. Cómodas tornaram-se mesas-de-cabeceira.

As poltronas ganharam mais volume. A paleta de cores foi pensada para evocar os anos 60, com o bege, cinza, tabaco, branco e alguns toques de ocre, tijolo e azul. Com o mesmo objetivo, a madeira clara foi privilegiada no mobiliário. Carvalho para a cabeceira da cama, carvalho envernizado para a escrivaninha e a mesa de pedestal. “Nós realmente gostamos deste tipo de subtileza, um jogo de texturas que um olho perspicaz reconhece.” Outro detalhe decorativo é a terminação curva do teto que assim esconde o varão da cortina. “Havia um exemplo que permaneceu e decidimos replicá-lo em todo o lado.É mais elegante, relaciona-se com a época e também oferece uma melhor acústica.” O padrão ondulado das alcatifas foi encontrado na tapeçaria “Olisipo” de Lino António, que está pendurado na escadaria. Claro que, cada quarto está equipado com a tecnologia mais avançada em termos de iluminação, vídeo e som. Nos corredores, a abordagem foi a mesma, partindo de um modelo de candeeiro de parede antigo, mas multiplicado, para um efeito teatral, paredes revestidas com um tecido que parece palha japonesa e um tapete com um padrão abstrato, desta vez inspirado na calçada portuguesa. Os átrios dos elevadores receberam de volta as suas grandes poltronas estilo Royère e lâmpadas neoclássicas. O resultado é um equilíbrio perfeito entre a evocação do passado e o estilo de vida contemporâneo. Mais uma vez, Artur Miranda e Jacques Bec apostaram na harmonia e na coerência. “A ideia era recuperar a essência original do Ritz Lisboa. Não é claramente uma reprodução exata, mas sim uma evocação aos nossos olhos, ao nosso gosto atual.