AEPF promove o desenvolvimento local

Tendo como objetivo a promoção e o incremento da competitividade das empresas e o desenvolvimento socioeconómico da região, a Associação Empresarial de Paços de Ferreira é uma entidade sem fins lucrativos e de utilidade pública que se distingue por ser multissetorial. Assim, a AEPF representa agentes económicos das mais diversas áreas – salientando-se os ramos do mobiliário, têxtil, do comércio e da metalomecânica. A revista Mobiliário em Notícia esteve à conversa com a Presidente, Rita Pacheco.

AEPF promove o desenvolvimento local

 

1. Qual é a missão da Associação Empresarial de Paços de Ferreira?

 

Enquanto Associação Empresarial de Paços de Ferreira estamos constantemente focados em promover a nossa região e a trabalhar no sentido de desenvolver cultural, social e economicamente o setor empresarial de Paços de Ferreira.

Outro aspeto a salientar prende-se com um facto que muito nos orgulha: sermos multissetoriais e incluirmos os setores do mobiliário, têxtil, comércio e metalomecânica. São todos estes setores que fazem da Associação, e de Paços de Ferreira, um polo agregador do dinamismo de uma região com um impacto inigualável no desenvolvimento económico nacional.

Desde a fundação que temos tido um trabalhado incansável para promover a região, as empresas e a formação das pessoas e, nos últimos anos, reafirmamos o nosso compromisso de procura continua da excelência nas nossas atividades, visando um impacto ainda mais significativo e positivo nas nossas empresas e na vida daqueles que connosco cooperam.

Acreditamos que, ao representar com voz ativa os interesses do setor empresarial, estimular a cultura empreendedora e a procura por inovação, e promover práticas empresariais sustentáveis e socialmente responsáveis, estaremos a contribuir para a construção de um ambiente de negócios mais robusto, dinâmico e ético em Paços de Ferreira.

 

2. Quais são os principais desafios enfrentados pelo setor do mobiliário em Portugal e como estão a lidar com esses desafios?

 

Há inúmeros aspetos que, nos últimos anos, têm sido desafiantes. Sendo Paços de Ferreira um concelho com mais de 700 empresas ligadas ao mobiliário, torna-se importante estarmos atentos ao que acontece no setor.

A constante inovação dos móveis oferecidos ao mercado obriga a que haja uma maior complexidade dos produtos e uma adaptabilidade aos novos processos de produção por parte das empresas. Também a mão de obra é um dos grandes problemas para este setor, essencialmente por três motivos: os atuais trabalhadores estão envelhecidos e todo o conhecimento e experiência ficam em risco; existe uma grande dificuldade em contratar jovens, essencialmente para tarefas operacionais; e, ainda, torna-se complicado adaptar os atuais trabalhadores à inovação recorrente do setor.

Acresce que, um dos grandes problemas do setor, e não só, prende-se com tempo de entrega das encomendas. A tecnologia e a internet estão a evoluir a uma rapidez alucinante e, paralelamente, o comércio eletrónico também. As empresas acabam por reparar que no momento da decisão, o comprador, na sua maioria, acaba por preferir quem lhe oferece um menor tempo de entrega, colocando uma grande pressão na cadeia logística.

Existem outros fatores que preocupam os produtores: o nível de customização dos produtos, a qualidade e a pressão nos preços exigidas pelos compradores e os investimentos associados à digitalização de processos de produção.

Paralelamente, é também uma preocupação o atraso verificado no acesso a novos fundos comunitários, nomeadamente através do Portugal 2030, apoios estes que ajudam a alavancar a economia e permitem um maior investimento em inovação e tecnologia pelas organizações.

 

3. Quais os principais programas e iniciativas que a AEPF está envolvida?

 

Enquanto AEPF, temos uma série de iniciativas pensadas e preparadas para promover o desenvolvimento do tecido empresarial e trabalhador da região de Paços de Ferreira. Workshops nas diferentes áreas empresariais, seminários sobre novas regulamentações de mercado, publicações informativas, consultoria e campanhas de sensibilização são apenas alguns dos exemplos que podemos destacar.

Encontramo-nos também, a executar dois projetos financiados no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, nomeadamente:

– Projeto IMobDEC – Descarbonização do Setor do Mobiliário, que tem como objetivos incentivar e apoiar os associados, na modernização e reestruturação das suas empresas, contribuindo para a melhoria da sua competitividade nas áreas da Qualidade, Ambiente e Energia; e promover a identificação de um conjunto de medidas aplicáveis ao Setor da Indústria do Mobiliário, que visem contribuir para o objetivo da neutralidade carbónica.

– Projeto Bairro Capital do Móvel é uma iniciativa promovida pela Associação Empresarial e pela Câmara Municipal de Paços de Ferreira que visa a retoma, a revitalização e a modernização das empresas dos setores do comércio local e serviços ao consumidor com atividade nos eixos urbanos centrais da cidade.

Certos, que as pessoas fazem as empresas e a sociedade, promovemos formação profissional para a qualificação e capacitação das pessoas, quer em processos de UpSkills como ReSkills. Desta forma, estamos a fomentar o desenvolvimento da região, não apenas através das empresas, mas também através do capital humano.

A AEPF é, também, sócia fundadora do Centro Tecnológico para as Indústrias da Madeira e Mobiliário, um projeto que será crucial para o desenvolvimento das empresas e do setor do mobiliário, face aos desafios atuais de sustentabilidade e inovação.

Não podíamos terminar este ponto, sem antes referir, o importante projeto que anualmente dinamizamos, que é a Feira Capital do Móvel, com duas edições nas Cidades de Lisboa e do Porto, a qual mobiliza milhares de pessoas, desde expositores até aos visitantes que por lá ficam a conhecer tendências, inovação de produtos e conceitos de design. Um projeto que promove o território, as empresas e que, acima de tudo, é um importante dinamizador de vendas e relações comerciais.

 

4. Gostaríamos que partilhasse exemplos dos vários projetos bem-sucedidos que a associação tenha liderado?

 

Nos últimos anos temos participado e liderado alguns projetos que muito nos orgulham e que se predem com diferentes pilares: a identificação das necessidades das empresas através da recolha de informação com base em questionários, reuniões e diálogo constante ou da análise de dados económicos; sessões de esclarecimento; promoção e networking; o apoio na transição digital; o incentivo à transição energética com o desenvolvimento de uma Plataforma de Avaliação da Pegada de Carbono, a disponibilização de guias ou o estabelecimento de parcerias com entidades ambientais; a promoção da internacionalização de empresas com ações diplomáticas, missões empresariais ou até apoio na prospeção de mercados estratégicos; ou ainda a promoção de eventos como a já emblemática Capital do Móvel que se posiciona como a maior feira de mobiliário de decoração do país.

O ano de 2023, ficou também marcado pelo sucesso da Conferência “Pioneering The Future of Furniture” em que a AEPF esteve na comissão organizadora e a qual contou com 267 participantes, 30 palestrantes, 7 equipas de demonstração, 25 patrocinadores e 20 parceiros que, ao longo dos 2 dias do evento, permitiram o grande sucesso deste encontro entre a comunidade empresarial e o ecossistema científico. Sob o tema “Futuro do Mobiliário”, propusemo-nos a desbravar os grandes desafios do design, sustentabilidade, novos modelos de negócio, competências do futuro, e sobretudo, as tecnologias emergentes.

 

5. Para este ano quais os planos, objetivos e metas a serem alcançados?

 

O nosso objetivo é promover ações que fortaleçam o tecido empresarial, incentivem o empreendedorismo e gerem um impacto positivo na vida das pessoas que vivem e trabalham em Paços de Ferreira.

Acresce que este ano se assinalam 40 anos desde a criação da marca Capital do Móvel, um verdadeiro marco no setor que auxiliou na projeção do nosso país além-fronteiras e no reconhecimento da qualidade e durabilidade do cunho Paços de Ferreira. É nesse sentido que, este ano, os nossos olhos estarão – ainda mais – voltados para o mercado internacional e que, no final do ano, teremos novidades de relevo no aumento da nossa notoriedade mundial.